sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Um dia diferente

Criado em 28/11/2002

O dia que começava não nos apontava com grandes expectativas. O céu estava fechado, o dia, que se encontrava chuvoso e abafado, nos despertava um sentimento de mal estar e ansiedade. O que poderíamos esperar de um dia assim? O normal seria chegarmos em casa, nos alimentarmos, sentarmos em uma poltrona bem ampla e começar a apertar aquele aparelhinho cheio de botões, conseqüência da vida moderna. Mas não somos normais (graças a Deus), sentíamos a necessidade de fazer algo que pudéssemos nos orgulhar, alguma coisa que pudéssemos contar aos nossos filhos, algo que, um dia, em uma conversa informal com os amigos, numa mesa de bar, pudéssemos dizer com a boca bem cheia: "Eu fiz parte disso, dei minha parcela" e pensando assim nos reunimos.

Entramos naquele carro sabendo qual era nosso destino mas não tendo a mínima idéia o que nos esperava, essa indefinição nos angustiava e sendo assim, discutíamos por qualquer coisa, acho que na esperança que um de nós se levantasse e dissesse o que estava sentindo. O começo da viagem não foi nada animador, chuva, pista molhada, movimento constante de carros, freadas,
pensei: "Será que tudo conspira contra?". Contudo, coincidência ou não, a chuva parou, as nuvens foram se dispersando, a claridade do sol começou novamente aparecer, cada um de nós sabia que aquilo não era normal mas não falamos nada, seguimos como se nada tivesse acontecido.

Finalmente chegamos ao nosso destino, a ansiedade era grande, sabíamos que encontraríamos enormes dificuldades mas também sabíamos que nesses momentos era que crescíamos. Caminhamos até o local, não caminhamos, marchamos, o que nos esperava era uma batalha, uma batalha que outros já tentaram e voltaram derrotados. Tínhamos a consciência que podíamos ajudar a vencer, mas do que isso, precisávamos vencer, mas apenas onze guerreiros tinham o poder de decidir. E que "guerreiros" foram eles, se atiravam sem medo ao embate, recuavam para trincheira buscando a defesa e novamente se atiravam para a luta, luta essa equilibrada, igual onde detalhes normalmente definem os vencedores. O tempo passava, angustia aumentava, tínhamos que vencer e a vitória não acontecia. Mas eis que surge um desses guerreiros, hábil e veloz, rasgando a área inimiga, lançando um míssil certeiro sobre o inimigo. Explosão.....de alegria, de emoção, de comoção, a partir daquele momento todo os nossos medos e angustias se dispersaram e uma onda de felicidade e alívio nos tomou conta. Tínhamos sido sim recompensados, aquela idéia de falarmos aos nossos filhos e amigos tinha se materializado, era tudo verdade. Quem esteve neste dia lá saberá o que estou falando e do turbilhão de sentimentos e emoções que passamos.

domingo, 12 de agosto de 2007

Mesas!!!!!

Não sei porque tenho essa mania, talvez até seja um capricho, mas adoro mesas...é, mesas!! Essas que temos em casa, na sala, com quatro ou seis cadeiras, de madeira, sabe? Tenho uma preferência particular por mesas redondas. Fico imaginando minha casa com muitas mesas, no quarto, na sala, na cozinha, algumas pequenas, outras maiores, quero mesas, muitas mesas. Fiquei pensando sobre o porque desse meu encantamento com as mesas e cheguei a conclusão que porque nelas as coisas acontecem, as pessoas se conhecem, conversam, se entendem. Os namorados discutem, trocam juras de amor, fazem amor, brigam e se reconciliam. Grande decisões são tomadas. Talvez as coisas mais importantes da humanidade tenham sido realizadas e definidas sob as mesas.

Ótimas lembranças da minha vida estão relacionadas com as mesas. Lembro dos almoços que faziamos na casa de minha vô, onde toda família ficava reunida em volta de uma mesa, jogando conversa fora, rindo e chorando, mas sobretudo, se olhando nos olhos, ouvindo o que cada um tinha para dizer. Foi uma mesa que permitiu isso, não tenho a menor dúvida. Lembro de discussões homéricas, regadas a muita cerveja, com meus amigos. Lembro de restaurantes maravilhosos que tive a oportunidade de conhecer, inclusive, a gastronomia é definida como os prazeres da mesa.

Se pararmos para pensar, passamos uma grande parte de nossa vida atrás de mesas. Nossa vida estudantil inteira se passa atrás de uma mesa. Todas as nossas refeições, ou pelo menos uma grande parte delas, são feitas sob as mesas. Trabalhamos durante 30 ou 35 anos atrás de mesas. Até quando saimos para nos divertir, as mesas estão sempre lá. Enfim, a mesa é onipresente em nossas vidas.

Seja como for, vou continuar alimentando essa minha mania por elas. Quem sabe um dia eu encontre uma outra pessoa que tenha essa mesma loucura e que possamos passar horas conversando e discutindo com a total discrição e irrestrita cumplicidade que só uma mesa pode oferecer.